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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sangue, suor e muitas, muitas lágrimas

Estamos em meio a multidão, juntos somamos mais de dois milhões e duzentos mil braços brasileiros trabalhando para que os hospitais, os postos, as clínicas e casas de saúde não deixem de produzir saúde no Brasil, na sua maioria mães, esposas, donas do lar que são adicionadas entre os já citados pelo psicólogo social Fernando Braga da Costa como “invisíveis públicos” ( acesse o link: http://mais.uol.com.br/view/e8h4xmy8lnu8/tese-de-mestrado-na-usp-04023372D4A95326), a menos que ocorra um erro humano, aí somos nós que surgimos na mídia, e não o sistema, os co-autores, afinal tem que haver um Cristo, um bode  expiatório para ser imolado pelos pecados de todos, a nossa voz não se faz ecoar nos espaços constituidos como “nossos”, temos “o direito de permanecer calados, e tudo que dissermos pode ser usado contra nós” , aliás para uma minoria somos bem melhores quando se mantemos calados, quando dizemos apenas “sim senhor(a)”, se alienados, apolíticos, se indiferentes ao nosso papel como ser social, por aqui parece que reclamar direitos chega a ser ilegal ou imoral, algo digno de punição; em que era estamos? Em que e para que evoluimos? Alguém me oriente por favor! Será que estou desorientado no tempo e no espaço? Cadê  a tão proclamada democracia?
Ocupamos os aproximadamente 30cm2 nos transportes coletivos, a nós de direito como a qualquer um pela passagem paga, seja dia, seja noite. Ao sair de casa ficam as mil recomendações, não levamos consigo a certeza do retorno no dia ainda em curso, ou no dia seguinte, e assim seguimos para mais um dia de labuta, enquanto deixamos no lar alguns sem o amparo dos nossos cuidados, carinhos, atenção,... se ateremos por longas horas a cuidar de outros independente de grau parentesco, de sexo, idade, religião,... esse é o  nosso ofício, enquanto o ser humano encontra-se em seu estado mais frágil, talvez  tenham eles mais necessidades. Não são poucas as oportunidades em que temos de enfrentar, além de tudo, um ambiente de trabalho sem provisão de materiais básicos, para desenvolvermos o ofício, falta a toalha de papel para secagem das mãos, do esparadrapo, do nº de pessoal adequado para se dar conta de toda demanda de atividades; incontáveis são as horas dos dias de lazer (feriados e fins de semana) que deixamos  de curtir com os familiares em prol da assistência de outrem, elas nos seriam importantes para reativarmos as nossas energias positivas; também não temos dedos para contar os inúmeros conflitos que isso traz ao lar, as vezes chegamos até a acreditar que o trabalho é o melhor lugar para estarmos. A vida de um profissional Auxiliar e Técnico de Enfermagem chega a se resumir apenas em trabalho árduo, desumano, e na maioria das vezes trabalho irreconhecido. Quantas oportunidades em que na hora de descanço nos ofereceram apenas um chão e um colchão, esquecendo-se da cama, do lençol, do ventilador, do travesseiro, da proteção dos ruídos, das condições dignas em que deve dormir um trabalhador para que sejam recompostas as suas forças, suas esperanças, seus sonhos, infelizmente até a hora do descanso tem se tornado árdua, quando reclamamos de tudo isso há quem nos classifique de “revoltados”, “aéticos”, “agitadores”,... Reservaram inúmeros formulários para que relatemos tudo que se passa com o nosso assistido, criaram dezenas de programas de “Humanização”, esqueceram que o trabalhador é um ser humano, a semelhança entre quem assite e o assistido, não há formulário para que eu registre tudo o que ocorre com o meu corpo, a dor nas costas, as cefaléias, os picos hipertensivos, a dor nas pernas, as cólicas menstruais que se intensificam ao esforço físico, toda vez que tenho de mudar o enfermo daqui para ali, o cansaço, a fadiga, o aumento do peso corpóreo, e na minha mente, a perda da personalidade, o sentimento de exclusão, as preocupações, o medo de errar, a saudade dos colegas de plantão, hoje muitos estão inválidos, amanhã quem será? os inúmeros problemas que são listados, todavia quando recebo ligações telefônicas originadas do meu lar, a tarefa de casa que terei de ensinar ao(s) meu filho(s), isso se retornar ao lar em tempo hábil para ensiná-lo(s), os afazeres domésticos, o desejo de estar no meu leito, as contas para quitar,...
As condições de trabalho vividas pelo Auxiliar e Técnico de Enfermagem são descritas por diversos autores além da má remuneração, como péssimas e/ou as piores do Brasil, a sobrecarga de trabalho e responsabilidade desafiam os limites humanos, há um enorme número de conflitos no seu lar, muitos divórcios, outros tantos acidentes de trabalho e de trânsito envolvendo esses profissionais, e muitas outras estatisticas que estão subnotificadas conforme alerta a literatura.
Viva a semana da Enfermagem! Viva?
                
                              
               
                           
                           
”Quem ocupa o trono tem culpa, quem evita a dúvida também tem” (Engenheiros do Hawaí) 

domingo, 12 de junho de 2011

O último "Moisés"?


Na história da humanidade, em momentos de profunda repressão dos bárbaros sobre os indefesos, dos ricos sobre os menos favorecidos, ou da burguesia capitalista e patronal sobre as necessidades dos trabalhadores, sempre fora esperado o alívio advindo de um super-herói, um Samurai, um justiceiro,... Alguém que tivesse a coragem de empunhar em suas mãos uma arma, uma espada,... e um grito de liberdade na sua garganta tal qual “Liberdade ainda que  tardia”.
O Brasil vive um retrocesso no campo das Políticas Públicas, dos contratos de trabalho, da garantia de direitos adquiridos, na Saúde Pública, na Segurança Pública, na tão combalida Educação brasileira,... Há muito tempo já fomos vendidos ao Capital especulativo, a meia dúzia dos ricos que vão dia após dia, conseguindo comprar a CUSTO ZERO OS DOTES DOS TRABALHADORES E DA POPULAÇÃO CARENTE, o Estado já é mínimo, investe-se o mínimo nas áreas sociais (Saúde Pública, Segurança Pública, Educação brasileira,...), o salário assim já foi denominado “Salário Mínimo”. Estão destruindo os serviços essências à sociedade por inanição, na falta de investimentos públicos sucateiam creches, hospitais, postos de saúde, as escolas,... Prá que um governo que enxerga na pobreza e na miséria uma indústria de votos vai desfazer essa fonte inesgotável que garante as suas vitórias e de seus pares políticos nas urnas a cada dois anos? Daí implanta-se a Política de professores desvalorizados e desestimulados, para eles os alunos não necessitam de professores para todas as disciplinas, além disso, deve encontrar péssimas instalações em suas escolas. Prá que desfazer a “Ambulânciaterapia” que “socorre” os necessitados de saúde, em seus estágios críticos de vida, dos mais longínquos lugares e traz os carentes para serem atendidos (como se fosse benesses dos políticos) nas cidades grandes?  Essa é a indústria inesgotável de votos, sem chaminé, sem alarde, sem recolher impostos,...
Numa era bem recente, a nossa classe trabalhadora brasileira acreditava ter conhecido o seu “Robin Hood” ou “Moisés”, alguém que parecia de fato conhecer e querer lutar pelos operários oprimidos com más condições de trabalho e péssimos e irrisórios salários, seu discurso era a própria voz dos trabalhadores, era um certo homem de barba grande,  o tempo o envelheceu, e não apenas os seus cabelos descoloriram, mas também o seu discurso, suas idéias, como diria o poeta Cazuza “...aquele garoto que ia mudar o mundo, agora assisti a tudo de cima do muro...” Nos bastidores tínhamos alguns atores que contracenavam entre si diuturnamente, eles montavam por traz das cortinas um cenário que todos desconheciam, enquanto alguns assistiam e mantinham-se ocupados com os jogos da copa, outros(as) com as novelas que estão sendo exibidas nas telinhas religiosamente 6 dias por semana, os BBB da vida,... outra história estava prestes a acontecer na vida real dos brasileiros. A classe dos 10% de brasileiros e que contém 90% de toda riqueza nacional (apesar disso se diz por aí que há diminuição de desigualdade social), antes dominavam apenas o capital, mas faltava-lhe dominar o descontentamento dos trabalhadores, debelarem toda e qualquer manifestação nas ruas como a redução de carga horária de trabalho, melhores condições de trabalho, salários dignos, os apelos sociais por melhorias de infra-estrutura públicas como saneamento, saúde, educação...
Os interesses dos trabalhadores nunca e em nenhum momento da história foram os mesmos dos patrões, nem vice-versa, mas um presidente operário seria a peça que faltava para montar o quebra-cabeça, enquanto se pensava nos chãos de fábricas que o operário no poder iria resolver esse impasse e dar vitórias e cabo do projeto dos trabalhadores, os donos das capitanias hereditárias do nosso imenso Brasil, assim também pensava, e na mesma sorte que o astuto diabo um dia foi ter com Jesus no deserto e o tentou, aconteceu “...mostrou-lhes todo o reino do mundo e a glória deles, e disse-lhes: Tudo isso te darei se, prostrado me adorares...” O então “representante dos operários e menos favorecidos” não apenas aceitou como também convocou os partidos que a décadas lutavam pelas  causas sociais e dos trabalhadores para juntos se servirem do bolo (de dinheiro) que estava posto a mesa, e se lambuzaram com o manjar dos “faraós”, alguns encharcaram até suas cuecas, outros ficaram ate milionários.
Assim foram denominados diversos espias para permanecerem dentro dos movimentos sociais e dos trabalhadores, a ordem era (ainda é) desarticular todo tipo de manifestação pública, não se pode lutar por nenhuma causa dos trabalhadores, pelo contrário tinha-se que sabotar toda intenção que favoreça os quase 190 milhões de brasileiros, é a volta para a senzala. O nosso “Robin Hood” apanhou os tesouros extraídos dos impostos absurdos cobrados pela coroa aos trabalhadores e pequenos camponeses e os levou para os grandes palácios, o nosso “Moisés” conduziu o povo para o Egito, a fim de que todos ficassem sob a mercê e chicote do “faraó”, os aposentados receberam a pena de se endividar com os empréstimos consignados e deixar todo mês 30% dos seus salários, outros aposentados terão que contribuir com a previdência, ainda que já esteja aposentado, os trabalhadores terão que trabalhar sempre mais e calados, nada de direito adquiridos, 13% salários, FGTS, aposentadoria,... tudo isso  vai se acabar com os famosos novos contratos de trabalho, ou flexibilização das leis trabalhistas. Os estudantes menos favorecidos terão que custear o ensino do 3° grau, trabalharão para pagar a faculdade. O Estado tem a obrigação de Reconstruir o Sistema de Saúde construirá UPA, AME, reformará os Hospitais Universitários,... para ser entregue para as empresas privadas ganhar dinheiro, a  Educação e os outros seguimentos serão os próximos privatizados, tudo será em breve entregue para os ricos administrarem, as reformas e recuperações são apenas para eles não perderem tempo, nem ter que aplicar algum recurso, afinal o fim é lucrar, lucrar, infinitamente lucrar... O ponta pé inicial dessa realidade foi a MP 520/10 essa Medida Provisória entrega os 46 hospitais Universitários do país a um grupo denominado de “Sociedade Anônima”, assim como ocorre com a UPA, AME,... é de autoria do nosso “operário presidente”. A atual presidência recebeu o cajado do nosso “Moisés”, sua missão é conduzir o povo brasileiro para a terra prometida, mas prometida aos ricos, aqui os fins justificam os meios, ainda que a Constituição proíba, o parlamento e o executivo agem acima de tudo e de todos. Brevemente veremos a Saúde, as Universidades,...sendo privatizadas esse é o processo de implantação do Neoliberalismo, “não vai sobrar pedra sobre pedra”. Hoje deparamos com trabalhadores que trabalham dois expedientes para custear sua formação de nível superior, enquanto os mais favorecidos financeiramente freqüentam as Universidade Públicas, n’outra sorte haverá um dia em que só os de “sangue azul” freqüentaram as universidades, quanto ao Serviço de Saúde Pública não haverá vagas, os indigentes vão bater nas portas das unidades de saúde, então dirão: “não temos  vagas para pacientes do SUS, só temos para convênios e particulares”, já vi esse filme. 

“... terceiro mundo mudou, piada do exterior, vamos ficar ricos, quando vendermos todas as almas dos nossos índios (e dos trabalhadores também) num leilão” (Renato Russo)
   
                                                                                                                                                     

terça-feira, 7 de junho de 2011

Só para não esquecermos, ainda estamos aguandando o compromisso de campanha eleitoral



Brasília, 11 de outubro de 2010.

Amigas e amigos da Enfermagem Brasileira,

Aproveito a realização do 62º Congresso Brasileiro de Enfermagem, em Florianópolis, onde profissionais de enfermagem debatem a “Organização e Visibilidade Profissional”, para reafirmar meu compromisso com a melhoria da qualidade da saúde pública no Brasil. Nesta oportunidade, assumo com vocês, se eleita Presidente da República, o compromisso de apoiar a aprovação de iniciativas legislativas que garantam a jornada de trabalho de 30 horas semanais para os profissionais de enfermagem, como o Projeto de Lei nº. 2295/00 na Câmara dos Deputados, bem como as medidas necessárias para a
sua implementação, uma prática que já presente em vários municípios e estados brasileiros.
No governo Lula, adotamos inúmeras medidas para valorizar os trabalhadoresa exemplo da melhoria dos salários, da desprecarização de vínculos trabalhistas com a realização de concursos públicos, da implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador, da criação de mecanismos de participação, dentre outros... e construir 500 novas UPAS... Tudo isso, mantendo o diálogo permanente e a relação de respeito com as organizações representantes dos trabalhadores em saúde, diferentemente da realidade de governos anteriores ou em alguns estados do Brasil ...
A redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais é uma reivindicação justa e necessária, porque contribui para a melhoria da qualidade do serviço à população.

Um excelente congresso a todas e todos!

Estaremos juntas(os) cuidando do povo brasileiro!”

Brasília, 11 de outubro de 2010.

Dilma Rousseff

Fonte:http://portalcofen.gov.br/sitenovo/sites/default/files/Carta_Dilma_ENFER_1.pdf- acessado em 03.06.2011

“A candidata Dilma Roussef vai dar continuidade ao governo do Presidente Lula e, em carta datada de 13 de outubro de 2010, dirigida aos profissionais de Enfermagem, assume o compromisso com a aprovação do PL 2295/00, que regulamenta a jornada de trabalho para os profissionais de Enfermagem em 30 horas semanais, bem como apóia a luta da Enfermagem pela visibilidade e valorização profissional.

A jornada de 30 horas para a Enfermagem já foi aprovada pelo Congresso Nacional no ano de 1995 e vetada pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que tinha como um dos seus maiores colaboradores o atual candidato José Serra, ambos sucumbindo às pressões do setor privado da área de saúde. Os tucanos poderiam ter garantido esta importante conquista para a Enfermagem brasileira e não o fizeram. Preferiram assumir a posição dos empresários da saúde.
Para garantirmos a jornada de 30 horas para a Enfermagem e para o Brasil continuar avançando é preciso elegermos Dilma Roussef. Presidente, no dia 31 de outubro."




MANOEL CARLOS NERI DA SILVA
Enfermeiro, Presidente do Conselho Federal de Enfermagem


Fonte:

sábado, 4 de junho de 2011

Só para não esquecermos, ainda estamos aguandando o compromisso de campanha eleitoral

Brasília, 11 de outubro de 2010.

Amigas e amigos da Enfermagem Brasileira,

Aproveito a realização do 62º Congresso Brasileiro de Enfermagem, em Florianópolis, onde profissionais de enfermagem debatem a “Organização e Visibilidade Profissional”, para reafirmar meu compromisso com a melhoria da qualidade da saúde pública no Brasil. Nesta oportunidade, assumo com vocês, se eleita Presidente da República, o compromisso de apoiar a aprovação de iniciativas legislativas que garantam a jornada de trabalho de 30 horas semanais para os profissionais de enfermagem, como o Projeto de Lei nº. 2295/00 na Câmara dos Deputados, bem como as medidas necessárias para a
sua implementação, uma prática que já presente em vários municípios e estados brasileiros.
No governo Lula, adotamos inúmeras medidas para valorizar os trabalhadoresa exemplo da melhoria dos salários, da desprecarização de vínculos trabalhistas com a realização de concursos públicos, da implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador, da criação de mecanismos de participação, dentre outros... e construir 500 novas UPAS... Tudo isso, mantendo o diálogo permanente e a relação de respeito com as organizações representantes dos trabalhadores em saúde, diferentemente da realidade de governos anteriores ou em alguns estados do Brasil ...
A redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais é uma reivindicação justa e necessária, porque contribui para a melhoria da qualidade do serviço à população.

Um excelente congresso a todas e todos!

Estaremos juntas(os) cuidando do povo brasileiro!”

Brasília, 11 de outubro de 2010.

Dilma Rousseff

Fonte:http://portalcofen.gov.br/sitenovo/sites/default/files/Carta_Dilma_ENFER_1.pdf- acessado em 03.06.2011

“A candidata Dilma Roussef vai dar continuidade ao governo do Presidente Lula e, em carta datada de 13 de outubro de 2010, dirigida aos profissionais de Enfermagem, assume o compromisso com a aprovação do PL 2295/00, que regulamenta a jornada de trabalho para os profissionais de Enfermagem em 30 horas semanais, bem como apóia a luta da Enfermagem pela visibilidade e valorização profissional.

A jornada de 30 horas para a Enfermagem já foi aprovada pelo Congresso Nacional no ano de 1995 e vetada pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que tinha como um dos seus maiores colaboradores o atual candidato José Serra, ambos sucumbindo às pressões do setor privado da área de saúde. Os tucanos poderiam ter garantido esta importante conquista para a Enfermagem brasileira e não o fizeram. Preferiram assumir a posição dos empresários da saúde.

Para garantirmos a jornada de 30 horas para a Enfermagem e para o Brasil continuar avançando é preciso elegermos Dilma Roussef. Presidente, no dia 31 de outubro."



MANOEL CARLOS NERI DA SILVA
Enfermeiro, Presidente do Conselho Federal de Enfermagem


Fonte: