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quarta-feira, 25 de julho de 2012

(Re)pensando a gerência em enfermagem a partir de conceitos utilizados no campo da Saúde Coletiva

                                                                                                      RESUMO:
Estudos mostram que para gerenciar a assistência de enfermagem, o enfermeiro utiliza métodos e estratégias de gestão oriundos da teoria clássica da administração. Este estilo de gerência não tem permitido aos trabalhadores de enfermagem criarem espaços coletivos de gestão, onde possam atuar como sujeitos sociais. Partindo do princípio de que a gerência em enfermagem necessita, na atualidade, ser vista e exercitada sob um novo olhar, procurou-se neste ensaio teórico elaborar uma reflexão acerca desta prática, utilizando os conceitos de sujeito social e de coletivo, que são fundamentais no campo da Saúde Coletiva. Assim, aproximar deste campo, além de contribuir para ampliar os conhecimentos e os questionamentos acerca da temática, contribuiu também para compreender a equipe de enfermagem como um coletivo de sujeitos sociais em ação, visto que os trabalhadores são seres humanos dotados de interesses próprios, de necessidades e de desejos, que produzem relações sociais, na medida em que interagem constantemente com outros sujeitos e podem adquirir capacidade para intervir na sua realidade. Este coletivo organizado possui como objetivo principal a prestação de uma assistência integral à população, realizando ações de forma ética, digna, segura e humanizada....Desde o início da Era Cristã e durante toda a Idade Média, o trabalho da enfermagem era pautado no modelo religioso, que se restringia à caridade e ao conforto da alma dos doentes. Mas, a partir do século 19 na Inglaterra, a enfermeira Florence Nightingale com sua vocação para cuidar dos doentes, sua determinação para institucionalizar a profissão de enfermagem e a experiência que adquiriu durante os estágios que desenvolveu com as diaconisas de Kaiserwerth na Alemanha, configurou um outro processo de trabalho para a enfermagem, a partir das suas propostas de reorganização dos hospitais militares, implementadas durante a guerra da Criméia. Além disso, esta enfermeira institucionalizou o ensino de enfermagem, criando a primeira escola em 1860, que formava as ladies nurses para se responsabilizarem pela administração dos hospitais e as nurses para prestarem assistência aos pacientes...Historicamente as enfermeiras têm adotado princípios da Escola Científica e Clássica da Administração para gerenciarem o seu trabalho, tendo em vista a estrutura e organização do Serviço de Enfermagem nas instituições de saúde (Fernandes et al., 2003). Os princípios deste modelo de gerência foram preconizados por Taylor e Fayol, em meados do século 19 e utilizados inicialmente na organização do trabalho realizado nas indústrias. Contudo, a administração hospitalar e conseqüentemente a administração em enfermagem mais tarde também foram influenciadas por este estilo de gerência (Spagnol, 2002)...Para Ferraz (1995), a lógica do controle é uma característica marcante deste modelo de gerência que influenciou a enfermagem, desde a sua institucionalização. Ressalta ainda, que esta forma racionalizada de se organizar o trabalho, determina aos trabalhadores a maneira de se executar as tarefas, centralizando as ações do gerente na supervisão (controle, grifo da autora deste trabalho) da sua equipe. Nesta perspectiva, para gerenciar a assistência de enfermagem, o enfermeiro utiliza a supervisão como dispositivo de controle do processo de trabalho e do comportamento dos trabalhadores, dificultando o exercício da gerência compartilhada...De acordo com Spagnol (2000) apesar das contribuições do modelo clássico de gerência à organização do trabalho na área hospitalar, ao longo do tempo, este tem produzido efeitos negativos que prejudicam o processo de trabalho. Dentre eles, cita as dificuldades para responder prontamente às necessidades dos clientes e dos trabalhadores, interferindo de forma significativa na qualidade dos serviços prestados, pois o trabalho da enfermagem é desenvolvido, mecanicamente, sem maiores vínculos com os clientes e com os problemas do cotidiano...Este estilo de gerência adotado pela enfermagem foi descrito e criticado por vários autores como: Santos (1986); Trevizan et al. (1991); Carrasco (1993); Collet et al. (1994); Ferraz (1995); Fávero (1996); Bellato et al. (1997); Lima, M.A.D.S. (1998); Lima, R.C.D. (1998); Spagnol (2002), entre outros, que defendem e apostam numa outra configuração para a gerência em enfermagem nos serviços de saúde.
Corroborando com estes autores e pensando na formação dos futuros enfermeiros, bem como na qualificação das práticas da enfermagem, pergunta-se: como buscar uma outra configuração para a gerência em enfermagem que não esteja pautada nos princípios da Teoria Clássica da Administração? Como delinear uma outra prática gerencial para o enfermeiro que seja alternativa a este modelo tradicional de gestão e ao mesmo tempo esteja comprometida com a vida dos clientes e dos trabalhadores?Estas questões são significativas e têm trazido alguns incômodos a determinados profissionais e intelectuais da saúde, os quais têm constantemente questionado a pertinência e adequação deste modelo tradicional de gerência na sociedade contemporânea, uma vez que este foi criado para atender as demandas das indústrias, em meados do século 19, sendo posteriormente adotado e adaptado para o setor saúde...

Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232005000100019&script=sci_arttext

"A lógica capitalista encontrou, ainda, “terreno fértil” na enfermagem brasileira, que tem suas raízes no sentimento de religiosidade, que muito marcou seu espírito até hoje. Ressaltavam-se como as qualidades do bom profissional a obediência, o respeito à hierarquia, a humildade, o espírito de servir, disciplinado, obediente e alienado. Em função disso, até hoje, os trabalhadores da enfermagem enfrentam sérias dificuldades de ordem profissional, com uma organização política frágil, com baixa remuneração e quase sem autonomia(LAUTERT,1995)
Lautert L. O desgaste profissional do enfermeiro. [tese]. Salamanca:(ES): Universidad Pontifícia Salamanca; 1995."

quarta-feira, 11 de julho de 2012

18 de Agosto dia do ESTAGIÁRIO

                                Revogaram a "Carta de Alforria"?

"Professores das instituições federais alegam que a qualidade do ensino piorou com aumento do número de estudantes sem crescimento proporcional nas contratações de pessoal e na infraestrutura... o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), criado em 2007 pelo Ministério da Educação (MEC). Com o objetivo de aumentar a oferta de vagas, alegam integrantes da comunidades acadêmicas, a preocupação com a qualidade ficou para trás...O aumento das vagas de ingresso teve impacto no número total de matrículas em instituições federais, que passou de 638 mil para mais de 1 milhão, um crescimento de aproximadamente 60%. Foram criados 2.046 cursos." (http://www2.correioweb.com.br/euestudante/noticias.php?id=30812). No Rio Grande do Norte a realidade não pode ser avessa do contexto nacional, o REUNI ignora o crescimento desordenado, insustentável e insuportável para os trabalhadores das Instituições federais de Ensino Superior-Ifes, há quem diga por aí que a implantação da tecnologia dinamizou os serviços, segundo eles isso explicaria a condição desproporcional de redução de nº de pessoal, e a ampliação da Universidade federal (isso é apenas falações de ocupantes de cargos comissionados). Os que convivem com a realidade do dia a dia e há décadas sabe onde é que o sapato aperta, além de condições desgastantes de trabalho, falta de recursos humanos e materiais, condições essas que culminam no estresse físico/mental do trabalhador, adoecimento,... existe o excessivo nº de estagiários contratados com bolsas de estudo em torno de R$ 370,00 pago aos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no Hospital Universitário (além da minguada "ajuda de custo", eles têm que se matricular numa escola de nível técnico e pagar um curso de R$ 150,00 por mês para que seja mantido a caracteristica de aluno durante o periodo de 2 anos), exemplo como esse denuncia o descaso do governo com a força trabalhadora, e o aprofundamento da precarização dos contratos de trabalho. Há um hospital que seu contingente de estagiário chega a ultrapassar os 80% de pessoal, mas o que estabelece a LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008 no seu "Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades concedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções: I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário; II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários; III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários; IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiários (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm).  Atualmente a pior realidade que conhecemos aqui no Estado é a do pessoal da Enfermagem, o Conselho de classe local já foi alertado desde 2010 sobre essas práticas tanto de precarização de trabalho na profissão quanto no quantitativo absurdo de estagiários. Outros agravantes que podemos citar é que os neófitos na profissão assumem toda a responsabilidade dos servidores e presta serviço diretamente com o usuário do serviço. Já no setor acadêmico (CAMPUS) reflete a mesma história, jovens são contratados como bolsistas para substiuir a mão de obra com um baixo custo para o governo federal, e extensas jornadas de trabalho para o aluno. Onde estão as denominadas "Entidades de classe da Enfemagem"? Qual o motivo da Enfermagem, em especial os profissionais do nível médio, ser sempre a profissão mais afetada? e os gestores são coninvente com esses absurdos? Por que ninguém enxerga ou faz vista grossa a barbaries como essas? Será que estão ocupados com coisas mais importantes? Será que por aqui temos termos legais para se exercer as irregularidades? Os campos de práticas têm se tornado lugares ideais para se aproximar vida acadêmica com a laboral?Como o estágio vai repercurtir positivamente na vida acadêmica desses estagiários?Quem lucra com isso além do Governo? Revogaram a "Carta de Alforria"? É esse o tipo de "melhoria de qualidade" das Universidades federais?

segunda-feira, 2 de julho de 2012

VOCÊ SABIA?



QUE O COFEN ORIENTOU O SEU REPRESENTANTE NO CONSELHO NACINAL DE SAÚDE A VOTAR NO MINISTRO PADILHA PARA PRESIDÊNCIA DO CONSELHO?

QUE O COFEN PEDIU SUA INCLUSÃO NO CONSELHO CONSULTIVO DA EBSERH?
ENQUANTO ISSO, A FASUBRA QUE SEMPRE DEFENDEU OS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS NÃO ACEITOU SEU NOME NO CONSELHO DA PRIVATIZAÇÃO DOS HUS.

CADÊ O REDIMENSIONAMENTO DE PESSOAL?
CADÊ A FISCALIZAÇÃO DOS BOLSISTAS QUE ATUAM COMO PROFISSIONAIS NOS HUS?

POIS É...IMAGINE SE VÃO FAZER A LUTA EM DEFESA DA CATEGORIA DA ENFERMAGEM.
A ENFERMAGEM AVANÇOU E O CONSELHO CONTINUA PARADO NO TEMPO, AINDA PARECE QUE A ENFERMAGEM É AQUELA HÁ ANOS ATRÁS.







E AGORA COM A TRAIÇÃO?

E AGORA??? QUEM PEDIU VOTO COMO IRÁ JUSTIFICAR A TRAIÇÃO DO PT À ENFERMAGEM?

 Só para não esquecermos, ainda estamos aguandando o compromisso de campanha eleitoral
“Brasília, 11 de outubro de 2010.

Amigas e amigos da Enfermagem Brasileira,
Aproveito a realização do 62º Congresso Brasileiro de Enfermagem, em Florianópolis, onde profissionais de enfermagem debatem a “Organização e Visibilidade Profissional”, para reafirmar meu compromisso com a melhoria da qualidade da saúde pública no Brasil. Nesta oportunidade, assumo com vocês, se eleita Presidente da República, o compromisso de apoiar a aprovação de iniciativas legislativas que garantam a jornada de trabalho de 30 horas semanais para os profissionais de enfermagem, como o Projeto de Lei nº. 2295/00 na Câmara dos Deputados, bem como as medidas necessárias para a
sua implementação, uma prática que já presente em vários municípios e estados brasileiros.
No governo Lula, adotamos inúmeras medidas para valorizar os trabalhadoresa exemplo da melhoria dos salários, da desprecarização de vínculos trabalhistas com a realização de concursos públicos, da implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador, da criação de mecanismos de participação, dentre outros... e construir 500 novas UPAS... Tudo isso, mantendo o diálogo permanente e a relação de respeito com as organizações representantes dos trabalhadores em saúde, diferentemente da realidade de governos anteriores ou em alguns estados do Brasil ...
A redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais é uma reivindicação justa e necessária, porque contribui para a melhoria da qualidade do serviço à população.

Um excelente congresso a todas e todos!

Estaremos juntas(os) cuidando do povo brasileiro!”

Brasília, 11 de outubro de 2010.

Dilma Rousseff

Fonte:http://portalcofen.gov.br/sitenovo/sites/default/files/Carta_Dilma_ENFER_1.pdf- acessado em 03.06.2011

“A candidata Dilma Roussef vai dar continuidade ao governo do Presidente Lula e, em carta datada de 13 de outubro de 2010, dirigida aos profissionais de Enfermagem, assume o compromisso com a aprovação do PL 2295/00, que regulamenta a jornada de trabalho para os profissionais de Enfermagem em 30 horas semanais, bem como apóia a luta da Enfermagem pela visibilidade e valorização profissional.

A jornada de 30 horas para a Enfermagem já foi aprovada pelo Congresso Nacional no ano de 1995 e vetada pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que tinha como um dos seus maiores colaboradores o atual candidato José Serra, ambos sucumbindo às pressões do setor privado da área de saúde. Os tucanos poderiam ter garantido esta importante conquista para a Enfermagem brasileira e não o fizeram. Preferiram assumir a posição dos empresários da saúde.
Para garantirmos a jornada de 30 horas para a Enfermagem e para o Brasil continuar avançando é preciso elegermos Dilma Roussef. Presidente, no dia 31 de outubro."

MANOEL CARLOS NERI DA SILVA
Enfermeiro, Presidente do Conselho Federal de Enfermagem


Fonte:
http://www.enfermagempernambucana.net/2010/10/dr-manoel-neri-presidente-do-cofen-e-o.html- Acessado em: 30.04.11 Fonte:http://enfermoenfe.blogspot.com.br/2011/06/so-para-nao-esquecermos-ainda-estamos.html
http://portalcofen.gov.br/sitenovo/sites/default/files/Carta_Dilma_ENFER_1.pdf
portalcofen.gov.br