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domingo, 14 de novembro de 2010

A que estamos? E para que vimos?


No ano de 2010, intitulado pela Aben como “Ano Internacional da Enfermeira” (e não da Enfermagem) tivemos a oportunidade de avançarmos na questão da redução da carga horária de trabalho da enfermagem de 40 horas semanais para 30 horas semanais, o Projeto de Lei 2.295 tramitou por todas as comissões do Congresso, fora encaminhado para ser pautado e votado pelos deputados, mas até momento não se sabe quando, tendo em vista que como sempre a não votação e não aprovação atende a interesses de alguns, de políticos e dos empresários donos de hospitais. 
E o que conseguimos? A nível nacional nos contemos em fazer poucas movimentações em Brasília e enviar  milhares de e-mail para nossos ilustres deputados, e eles nos seus redutos eleitorais, garimpando votos que garantissem as suas reeleições. Acreditamos ter sido esse um movimento silencioso, tendencioso a atender interesses de alguns, afinal fora um ano de muita movimentação política, poderíamos ter incomodado bastante, ter conseguido avançar muito além do pouco que fizemos, mas muitos aproveitaram essa onda de ano eleitoral de outra forma e saíram em defesa de candidaturas próprias ou de seus grupos partidários, afinal em que erramos? Na omissão de algumas práticas de lutas ou em práticas que fugiram do contexto da luta?
No Estado do Rio Grande do Norte as ruas estavam vazias e silenciosas, não se ouvia pelas esquinas o grito das 30 horas, não por falta de quem não desejasse fazer ou fosse incapaz e não tivesse luz para se fazer, porém sequer foi estendida uma única bandeira com o nosso lema, exceto em alguns pontos isolados como na prefeitura de Natal e em Mossoró, o que nos remete a pensar que o nosso cobertor é muito pequeno, mas por coincidência algumas das chamadas lideranças da enfermagem, integrantes das entidades de representação da enfermagem, envolvidas na campanha das 30 horas residem exatamente nesses municípios, algumas em Natal e outras em Mossoró, cada um que faça o seu juízo de valor, porém enquanto isso os demais municípios do RN permaneceram sob o completo silêncio.
Mas não faltam discursos de promessas de campanhas, e entre tantos os do controle social, aquele que conclama a sociedade para participar, que é a favor da participação coletiva e popular, os adesivos discretos que alguns carregavam no peito, essas práticas não podem substituir o tudo que podemos fazer, nem ser  em detrimento dos Ato públicos, das faixas, do dia nacional de paralisação e outras lutas.
Passado o momento eleitoral vamos ver o que realmente sairá do discurso, e a que preço. Defender às 30 horas semanais de trabalho para enfermagem não deve ser apenas discurso, nem tão pouco uma prática isolada da busca por salários que garantam ao profissional da enfermagem uma condição digna, uma remuneração capaz de atender suas necessidades essenciais, indispensáveis para que o trabalhador tenha saúde, e uma condição de trabalho livre de riscos para o profissional, para a pessoa e coletividade.   

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