Um sindicato exclusivo para um seguimento quando essa categoria é composta por três seguimentos leva-nos a um questionamento bem pontual. Qual a verdadeira intenção? Desde quando divisionismo acrescenta algo a uma categoria profissional? É lamentável que atitudes como essas venham se repetindo ao longo da história, ou melhor desde o período da ditadura(1973) quando o nosso país já avançou para um estado democrático.
E aqui em Natal não foi diferente, foi utilizado o 13º CBCENF(15 à 18.09.10) para propagar tal acontecimento, a criação de uma comissão provisória. O interessante é que alguns enfermeiros(as) criticaram nosso movimento alegando que ali não era o local apropriado. Por quê não? Por ser de auxiliares e técnicos de enfermagem? Só pode de enfermeiros é? Fica a reflexão....
Num evento nacional não se pode propagar que temos um sistema COFEN/COREN que nega aos seus maiores contribuintes uma participação efetiva, porém a criação de um sindicato local pode utilizar do espaço nacional. Até quando teremos dois pesos e duas medidas?
O interessante é que somos MAIORIA no sistema (auxiliares e técnicos de enfermagem) e sequer temos espaço decisório equivalente. No COFEN só pode ser enfermeiros(as) o que significa exclusão do maior seguimento que é o nível médio denominado de quadro II e III, e no COREN a participação é minúscula.
No entanto muitos enfermeiros(as) não concordam quando esse mesmo fato acontece em outro local, mas no seu conselho não agem da mesma forma. Está na hora de agirmos de forma igualitária em todos os espaços e não apenas os que nos interessam em particular.
Aqui na UFRN(colegiados superiores), nas eleições para reitor e no HUOL(conselho diretor), enquanto entidade, SINTEST-RN, tem lutado para que os conselhos permitam participação de forma igualitária dos técnicos administrativos (todo profissional na universidade que não é professor é denominado de técnico-administrativo) o que não é diferente dos outros sindicatos apoiadores (SINDSAÚDE, SINSENAT)
A PARIDADE (igualdade de representação) só irá fortalecer a enfermagem enquanto categoria profissional de maior representatividade da área da saúde, bem como efetivar a democracia onde o exercício da cidadania encontre guarida.
A PARIDADE (igualdade de representação) só irá fortalecer a enfermagem enquanto categoria profissional de maior representatividade da área da saúde, bem como efetivar a democracia onde o exercício da cidadania encontre guarida.
No 13º CBCENF ouvimos muitas coisas, dentre elas:
- "O nível médio não vai a lugar sozinho"
- "É ate entendo que a luta é justa, mas....aqui não é o local apropriado"
- "Áqui tem poucos auxiliares e técnicos, temos muitos enfermeirandos"
- "Vocês estão mexendo com uma caixa de maribondos"
mas não foi apenas isso que ouvimos por que também encontramos pessoas que valorizaram nossa atitude e disseram:
- "Vocês deveriam fazer um conselho só pra vocês aí... eu queria ver.."(fala de uma enfermeira que apoiou nosso movimento) obs: o nosso alvo é outro.
- "Já estava na hora de alguém abrir os nossos olhos"
- "Que bom que ainda tem pessoas o nível médio que tem coragem de lutar"
- "Muito bem, sigam em frente! A luta é assim mesmo difícil, mas não impossível de acontecer"
- "Fazer festa com o dinheiro dos outros é muito fácil" (fala de enfermeiro(a)
- "O quê? Tiraram aquelas faixas que estavam aqui há pouco tempo atrás? Que horror!... dentre outras...
É hora de sairmos do discurso, termos práticas coerentes e sermos protagonista de uma mudança que fortaleça a enfermagem como um todo, para que os desafios se tornem em lutas, que as lutas se tornem vitórias e que as vitórias levem a satisfação em ser um profisional de enfermagem, para assim podermos fortalecer o tão almejado SUS.
Ganham os profissionais de enfermagem e toda a sociedade.
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