1. "Era uma vez"...uma nação de 1 milhão e 800 mil profissionais, pessoas essas indispensáveis em Programas de saúde, hospitais, clínicas,....esses(as) nossos(as) heróis/heroínas traz nos dias de hoje sequelas horrendas, por alguém ter ...enxertado em sua historia a noção descabida que fomos programados apenas para trabalhar,trabalhar,trabalhar,..... Florence Nightingale sob a orientação do regime militar ,religioso e o mais rígido modelo de gerenciamento, a teoria de Taylor, desenhou para Enfermagem um modelo de processo de trabalho com hierarquização verticalizada, planejamento dissociado de prática, uns só planejam, outros só executam os processos de trabalho, modelo de produção industrial seguindo o apelo dos capitalistas. Apesar de muitos só alardearem que Florence foi isso e aquilo, nunca e em tempo algum pararam para tentar fazer aquela velha monitorização e avaliação para analisar no que estamos bem, no que estamos mal, e o que deve ser modificado. Aliás, as Academias e Entidades de Enfermagem formam e defendem a cultura Nightingaleana. Não são poucos os que ao observarem esses terrores que nos rodeiam se contrapõe a lógica, e são logo taxado(a) de “revoltados”, “está com algum problema em casa”, “não tem perfil”,... Alguns dos formadores, e formadores de opinião querem a todo tempo que permaneçam todos calados, sem questionar, sem desacordar com o sistema. E por falar em Sistema não podemos deixar de mensurar Conselhos de Enfermagem, autarquias governamentais, com o propósito de fiscalizar o exercício da nossa profissão, emitir resoluções, pareceres,... Que contribuam para o bom andamento dos processos de trabalho, da ética,do respeito e dignidade da profissão e dos profissionais que enchem seus cofres. Estamos como no vale dos ossos secos descrito pelo profeta Ezequiel, e a pergunta não pode ser outra se não “esses ossos poderão tornar a viver?” Em virtude de desgastes desmedidos gerados no profissional tanto de ordem física como mental, temos altos índices de Exaustão Emocional (EE), Despersonalização (DE) e até reduzida Realização Profissional (rRP), muitas vezes vagamos sem o espírito de luta, o tempo para as mobilizações em prol de nossa categoria, vida na sua plenitude, a família, o lazer, o convívio social,...anos após anos quantos de nós estamos perdendo o estimulo ao trabalho? Essa é a tal Síndrome de Burnout, que envolve atitudes e condutas negativas com os usuários, clientes, organização e trabalho,é um processo gradual, de sofrimento e adoecimento, hoje, considerada uma das principais consequências do estresse, causada pelas péssimas condições de trabalho, intensidade de produção, afinal trabalhamos como máquinas, que nos são oferecidas pelas Instituições que dizem promover, tratar e recuperar a saúde, e muitos profissionais da Enfermagem quando acometidos desse mal são vistos como “preguiçosos”,” faltosos”, “irresponsáveis”,...Porventura não foi esse tratamento dispensado aos índios quando não se adaptaram ao regime dos escravos? Com o fim da escravidão tentou-se substituir os escravos pelos índios brasileiros na lavoura, porém, a raça indígena não se adaptava ao trabalho agrícola e sistemático, tão pouco ao estilo de trabalho dos negros, os índios se rebelavam, fugiam outros até suicidava, por inaptidão a esses tipos de serviços, e não por preguiça como alguns registram. Precisamos levantar e sairmos dessa multidão de “ossos secos”, temos que religar nossos tendões, enxertar carne, se recobrirmos de pele; do espírito de luta, do acreditar que somos muitos e fortes, que além do cuidar, somos conhecedores de nossos direitos, e estamos dispostos a lutar por cada um deles. A Enfermagem do século XXI deve se apartar do ônus da herança do passado, das raízes do sentimento de religiosidade, do espírito apenas de servir, das suas fragilidades, da falta de autonomia, de apenas observar prescrições e prestar cuidados. Somos uma das maiores categorias de trabalhadores do país, maior contingente de trabalhadores da saúde,... Não nos basta ter que esperar que alguém se compadeça e nos visite nesse vale de ossos secos, e com um discurso ou palavra mude a nossa sorte. Cada um de nós é participante tanto das nossas agonias, como também podemos participar de uma nova realidade.JUNTOS PODEMOS MUDAR ISSO!A HORA É AGORA!!!