Seguidores

sábado, 7 de maio de 2011

A dracma perdida

Nos folheados da Bíblia sagrada encontramos o registro de uma parábola sobre a dracma perdida. O Evangelho segundo escreveu o apóstolo Lucas no seu capítulo 15, dos versículos 8º ao 10º narra uma parábola descrita por Jesus, inicia-se com a seguinte indagação:
Ou qual mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? E achando-a não convoca as amigas e as vizinhas dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma perdida”. A parábola nos chama a atenção para cerca das coisas que perdemos; certamente muitos se contentariam em ter apenas 9 dracmas que lhe restara, uma a mais ou uma a menos não faria diferença, outros até se aventuraria em dizer que não é  ambicioso, as que restaram lhe basta.
No contexto bíblico, esse fato é antecedido pela a tão conhecida parábola das cem ovelhas, ao contar suas cem ovelhas o pastor sentiu falta de uma, então saiu a procurá-la, e ao encontrá-la, pô-la sobre seus ombros, e trouxe-a para o redil, novamente quando na chegada ao lar se alegra pela que estava perdida e foi achada. A lição que nos traz as duas parábolas é a do valor das coisas perdidas, algo a não ser ignorado, ou não ter menos valor daquilo que ainda se possui, antes o tem mais valor, e deve-se diligentemente ser buscado, e quando o que se tinha perdido for achado celebrar-se com festa e grande alegria.
Muitas vezes não temos dado o devido valor as nossas “dracmas perdidas”, temos esquecido-as, como se as que restaram nos bastasse, a ovelha e a moeda da estória, pareciam insignificantes frente a tudo que sobrou, talvez alguém ousasse a dizer que ainda estava no lucro.  Temos que varrer a casa, acender a candeia, e diligentemente buscarmos as dracmas perdidas. Um é o que perde outro o que “acha”, e se o que perde parece está indiferente e não reclama,  já o que “acha”, certamente tem lucrado muito, não querendo eles que percamos apenas uma dracma, mais todas as dez.
Os trabalhadores brasileiros trabalham cada vez mais, querem nos equiparar com a velocidade e a robustez das máquinas, e ganhamos cada vez menos, é o achatamento do salário pela inflação embutida que não aparece nos dados do governo, pelas perdas de direitos trabalhistas, reformas da Previdência,... Pagamos não apenas uma, mas uma enorme quantia de “dracmas” por impostos que muitas vezes não são retornados nos serviços públicos necessários como creches, escolas públicas e de qualidade, postos de saúde e rede hospitalar públicos bem equipados e com profissionais capacitados e bem remunerados, e com condições dignas de trabalho, saneamento básico,...  Mais de 120 dias do nosso suor são derramados no campo de trabalho por ano só para pagarmos impostos, é a lógica do bancarmos tudo e não termos direito a quase nada, essa é a máxima que paira em todo o país, “Se em terra de cego quem tem um olho é rei, imagine quem tem os dois”.
O dia 1º de maio é mundialmente conhecido como o dia do trabalhador, comemora-se esta data com luto (e não podemos deixar faltar às lutas) pelas conquistas a duras penas, e até vidas daqueles que nos antecederam nas lutas por condições mais justas de trabalho, uma remuneração que pudesse atender as nossas necessidades do(a) trabalhador(a) como ser humano, nada mais justo para quem gera incontáveis riquezas no país, e desde o ano de 1.500 enriquece uma turma de meia dúzia de pessoas.

“A história do Primeiro de Maio mostra, portanto, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, mais também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.” – Perseu Abramo.

Deus seja louvado!!!


Um abraço
Alexandre

Nenhum comentário:

Postar um comentário