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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vilã(o) X Herói(na)?

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O Brasil é sem dúvida nenhuma “O PAÍS DAS COINCIDÊNCIAS”, começando com a teoria do “descobrimento do nosso país”, dentre elas há uma que se defende como obra do acaso Portugal ter encontrado o nosso território, muito embora a posição geográfica do nosso território, a consagrada Escola de navegação e de cartografia da coroa portuguesa, mas tudo foi “por acaso”, não que a coroa e o comércio Português tivesse interesse em nada por aqui, acredite quem quiser.
Outras obras do acaso que podemos citar é o sucateamento da saúde, e entrega dos serviços públicos para os empresários administrarem, e esses só administram o que é novo como é o caso das UPAS, AMES,... e agora querem os 46 Hospitais Universitáros Federais do país, justamente no momento em que eles estão sendo equipados com o suado dinheiro dos trabalhadores, há falta de estruturas dignas e professores que por sua vez são orientadores, e quando no exercício do seu devido ofício instrui e constroi uma sociedade mais consciente, mais crítica e cidadã, participante das questões políticas desse e de qualquer país, é também por acaso que temos “Programas de combate a pobreza” que não tem atenção as Escolas públicas. As representações mínimas que temos nos COREN’s e nenhuma no COFEN, apesar de custeamos quase tudo e todos os eventos da Enfermagem.
Os que assistem os dramas da atual novela da Rede Globo “Insensato coração” conhece a personagem representada por nossa ilustre atriz Glória Pires, a Norma, a personagem retrata a figura de uma vilã cuja profissão é descrita como Técnica de Enfermagem. “Seria cômico se não fosse trágico”, pois vivenciamos exatamente um momento em que nosso país oferece as piores condições de trabalho a esses trabalhadores, a imprensa divulga erros na administração de medicamento e tanto o que deveria ser administrado como o que fora administrado possui rótulos idênticos, esses trabalhadores lutam para que seja reduzida a carga horária de trabalho semanal de 40 horas semanais para 30 horas semanais como preconiza a ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO-OIT.
O que somos? Vilãs(os) ou heróis(nas)? Quem de fato somos? A Enfermagem é subdividida em 3 categorias: Auxiliar de Enfermagem, técnico de Enfermagem e Enfermeiros (essas profissões estão regulamentadas pela Lei 7.498/86), somos uma das maiores classes profissionais com um contingente de aproximadamente 1,5 milhões de trabalhadores no Brasil, desses mais de 1 milhão e 200 mil são exatamente os Auxiliar e Técnico, que compõe a maior força de trabalho dos serviços de saúde independente se público ou privado, o nosso trabalho é desenvolvido 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias e 6 horas por ano, somos os únicos profissionais que estamos 24 horas por dia ao lado do enfermo prestando-lhes assistência, e isso independende de sexo, idade, credo religioso, etnia,... Acompanhamos a vida desde o nascimento até mesmo a pós-morte. Tendo em vista nosso trabalho diuturno e todos os dias da semana, baixos salários,... na maioria das vezes nos distanciamos do lazer e cuidado com o lar e com os nossos familiares, mais de 90% da Enfermagem são mulheres donas de lar, casadas, mães de família, acumulando duplas jornadas de trabalho e fazeres do lar, vivem inúmeros conflitos nos seus lares pelas suas extensas escalas de trabalho.
O que seria dos serviços de saúde se não existissem os Auxiliares e Técnicos de Enfermagem? Como alcançaríamos o n° de vacinação que temos? Como os serviços de saúde funcionariam 24 horas/dia? E quanto aos enfermos quem administraria os medicamentos nos horários prescritos? Quem os auxiliariam nos seus asseios, nas suas necessidades triviais, no ato de alimentar, no mudar de um lado para o outro,...?
Nossas profissões são tão dignas quanto qualquer outra, e não menos importante que essa ou aquela, complexa pela natureza do trabalho, por trabalharmos com vidas, pelo modelo de gerenciamento que é o mesmo daqueles que trabalham nas indústrias e produzem objetos de plásticos, papéis, e outros, e podem ser substituídos caso quebrem ou não seja confeccionado corretamente, ou seja, o objetivo maior é a quantidade de produção, o que traz riscos de acidentes de trabalho e erro humano, pelas infra-estruturas inadequadas, pelo reduzido n° de trabalhadores (Auxiliares e Técnicos de Enfermagem) e o imenso universo de afazeres, que gera sobrecarga de trabalho e doenças ocupacionais, os inúmeros nomes que são atribuídos as medicações, os rótulos com selos idênticos e de letras quase não visível, os transtornos psicológico pela pressão gerada no modelo da gestão (inspirada na teoria de Taylor), do convívio com a dor, sofrimento e morte alheia, da perda da personalidade como ser social, da não participação nas decisões, pois sempre se toma e adota decisões de forma autoritária, trazendo dano ao profissional que executará a tarefa. Participamos das equipes de saúde onde elas estiverem, logo torna-se nosso trabalho indispensável e indissociado das demais profissões da saúde, todavia nosso ofício é tão essencial como os demais.


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