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domingo, 31 de outubro de 2010

DIVISIONISMO OU CONSTRUÇÃO?

Um movimento se faz quando se cessa o diálogo, que foi o caso do nosso.
A luta sempre foi feita por poucos e muitos só usufruem, ou não tem sido assim ao longo da história?
Um exército que vai à guerra tem na sua linha de frente seus soldados, no entanto quem sai levando as glórias do sucesso é o comandante, o general.
Uma democracia não se faz apenas com voto, se faz com ações e atitudes cidadães, que é pedir o que é seu por direito.
Embora haja concenso que devemos buscar e lutar por nossos direitos quando isso acontece logo se levantam ações e atitudes no sentido de minar e impedir que algo seja transformado. E o pior, é que pessoas que defendem o controle social se portam da mesma forma como os outros. É fácil cobrar dos outros mas agir com coerência é muito difícil.
Não é fácil ser diferente, e aí entendo perfeitamente a luta das minorias, e principalmente quando se vai de encontro a alguns interesses, a coisa muda de figura.
Para os cristãos o Cristo não precisou de uma multidão para fazer o que queria fazer, apenas 12 apóstolos fez chegar até os nosso dias sua mensagem, e a história mundial é registrada como a.C e d.C(antes de Cristo e depois de Cristo).
Não adianta tentar calar a voz com piadas, rotulações ou outros fatos que não convém citá-los.
A história mostra que muitos foram torturados e até mortos durante o período da ditadura, mas não estamos mais na ditadura, já avançamos com a democracia, embora alguns ainda hajam como se a ditadura ainda existisse. É muito contraditório lutar por democracia ao mesmo tempo que tenta calar a voz dos que se indignam diantes das arbitrariedades e autoritarismo. Na democracia para uns apenas mudou a forma, antes era com os chicotes e outros instrumentos de torturas(máscaras de ferro), hoje é com ASSÉDIO MORAL etc. 
Muitos lutam para que os espaços políticos partidários tenham cotas para mulheres, que não seja feito de um mandato político profissão, que todos tenham igualmente acesso etc, no entanto quando nos reportamos para o ambiente dos conselhos das profissões, em particular a enfermagem, o cenário não condiz com os discursos.
Rotular de divisionismo quando a intenção é de avanço e fortalecimento da categoria é, no mínimo, ir de encontro a inteligência dada por Deus, aos auxiliares e técnicos de enfermagem, pois eles pensam!
Antes os profissionais auxiliares de enfermagem eram tratados como escravos hoje não é muito diferente, basta ver a discrepância salarial dentre os seguimentos da enfermagem. Quem mais trabalha é menos remunerado isso é justo? Bom....fica a reflexão.
Antes tínhamos auxiliares de enfermagem com apenas o primário(não desmerecendo quem o tem, do contrário), hoje, ensino fundamental, a enfermagem era ensinada como sacerdócio e a serem subservientes.
Hoje a história mudou:
  • Temos auxiliares até com doutorado;
  • Sacerdócio é o próprio executar pois se assim não for não haverá humanização em suas práticas,  ao invés de subservientes somos parte integrantes do processo do cuidar;
  • E temos a conscientização de que autoritarismo e abuso do poder é prática que deve ser banida do seio da categoria.
A tecnologia na área da saúde avançou, mas a nossa categoria  não está ainda respaldada como deveria, infelizmente o sistema COFEN/COREN não tem dado resposta a esses profissionais que atuam nessa área. A exemplo de quem trabalha com hemodinâmica que se expôem DIRETAMENTE a radiação ionizante(QUE CAUSA CÂNCER) e não tem leis que os amparem como os técnicos em raio x, que não tem a mesma exposição que os auxiliares e técnicos de enfermagem, e tem garantia em lei.
Na esfera pública quem tem dado resposta são os sindicatos dos servidores públicos municipais, estaduais e federais e com muita LUTA exatamente por não existirem LEIS, que é de responsabilidade do conselho da categoria.
Na esfera privada esses profissionais são expostos durante toda a sua carga horária mesmo que estejam num espaço público. O pior é que num mesmo ambiente existem profissionais de uma única categoria com tratamento diferenciados.
São por essas e outras coisas mais que nos causam indignação que se faz necessário um movimento na construção de uma enfermagem unificada, fortalecida, cumprindo seu papel e exigindo seus direitos, e ocupando seus espaços de forma igualitária de forma a concretizar a democracia vigente em nosso país e em nossos conselhos.
Se divisão é lutar para que haja igualdade de representação tal qual há de contribuição financeira(83%) no sistema COFEN/COREN estaremos colocando embaixo dos nossos pés a luta dos bravos trabalhadores que deram suas próprias vidas, apagando toda história de luta e trazendo de volta a ditadura em suas práticas.
Por que temer aos avanços? Não será toda a enfermagem que sairá ganhando? Por quê só uns são designados a pensar se o próprio criador nos fez iguais? Por quê pensar coletivamente é tão difícil? São perguntas que não querem calar.

MUDAR POR MUDAR É ATÉ FÁCIL AGORA AVANÇAR NÃO TÃO FÁCIL ASSIM.
VIVA À DEMOCRACIA, RUMO A VERDADEIRA MUDANÇA!

SINTEST-RN, SINSENAT, SIPERN, SINDSAÚDE

Um comentário:

  1. Precisamos de um divisor de águas para a enfermagem, a tempo que presenciamos uma situação crítica e crônica. O atual modelo de enfermagem não atende as demandas nem dá resolutividade, divide a enfermagem entre o pensar e executar, há uma hierarquização verticalizada, sob os princípios de Taylor, centraliza o poder de decisão, marginaliza os profissionais do nível médio da enfermagem, as nossas queixas e dificuldades jamais tiveram eco, logo como se pensar em "Valorização da enfermagem" se as maiores classes da enfermagem são marginalizadas do construir coletivo? Aquele que conhece um pouco de administração conhece os inúmeros problemas causados a nossa profissão pelo atual modelo de gerenciamento, não podemos mais esperar, já esperamos demasiadamente e o cenário não muda, e não se ver vontade de se reverter esse quadro, mas os discursos estão por aí.

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